segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

V

- Por que você trata as coisas desse jeito?
- Que jeito?
- Do seu jeito.
- E deveria tratá-las como? Da maneira que você quer?
- Aposto que as coisas funcionariam melhor, pelo menos --
- "Pelo menos não sairiam do controle", blá, blá, blá. Música para os meus ouvidos...


- O que está fazendo?
- Acendendo um cigarro, quer um trago?
- Não, obrigada. Espero que isso te mate.
- Também espero. A propósito, adoro gente educada...
- Você não tem medo do que podem pensar sobre você?
- Claro que não, o pulmão é meu. Alimento-o com o que bem entender.
- Depois não venha pedir minha ajuda.
- A última coisa que quero é sua ajuda.
- Por que não me deixa controlar, então?
- Eu vou deixar...


- O que é isso?!
- Um calibre .38 e minha têmpora, nunca viu?
- Já, mas --

Ouve-se um disparo.

Gisela acorda, desta vez, não assustada.
Apenas abre os olhos e se depara com o teto de seu quarto iluminado pelo sol que acabara de nascer. Na sua frente, a TV desligada. Ao seu lado, o controle.
Gisela toma o controle e liga a TV.


fim

3 comentários:

Anônimo disse...

Garota, você tem talento pra escrever.

Anônimo disse...

adorei te achei
soh batendo muito mesmo

Flor disse...

acabou? pra sempre?

não terá nenhum outro? nadica de nada?